Reflexões de Utopias - Igor Bueno
Há dias dos quais a felicidade morre na janela
Resta-me a companhia do punho cerrado e erguido
A esperança nem sempre é um afago,
Dos dedos que calejaram Deus.
Definir o destino com as mãos,
Definhar os delírios na fé
Descascar os espaços com dor
Não me parece divino.
Quem tem o poder, desconfio
Quem é seu revés, me filio
Dançar é adorar os rabiscos
nas palmas do caminho.
Há quem veja uma cadeira,
Acha que é trono,
Esquece o descanso,
O trono é o chão.
A roda envolta de rua,
A terra vazando no barro,
A festa feitio do cotidiano
E o milagre um alarde desnecessário.
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