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Eu e os Sóis – Igor Bueno

Eu e os Sóis – Igor Bueno


Há uma imagem produzida por mil sóis

Desdobrando-se em sistema nervoso

Cada qual me surpreendendo a beatitude

Tomando-me por completa em seu cálice


Sinto intenso calor, mal consigo abrir ou fechar os olhos

É como se despertassem têmporas na testa

E a noite dormisse no céu de minha boca


Sem que sequer notasse, já era outra

Depois outro e outre, não se fazia importância saber quem


Ato e testemunha, dançando nas multidões

Príncipe das ruas, vagabundo dos palácios,

Amante dos separáveis, a rejeitada do indizível


Eu tecia nós para aprender a desatar destinos

Presos pelas espadas, soluçantes sem solução


Quase que pela fé fiz de meu bode um pecado

Hoje ele toca flauta e eu bebo vinho

Em uma fogueira simples, vanguardista dos afetos

Acendemos. E como um espelho, apresento à imagem


Ofereço tudo o que tenho, e sinto que os sóis e eu

Fazemo-nos cada dia mais tenros, amigas,

Consequentemente puras de quaisquer imposições

Tocando-nos com espaços para os mistérios.

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